Ontem assisti o filme que fez com que depois de algum tempo eu volte a acreditar na real essência e potencial do Tim Burton.
Barnabas Collins é filho de um casal que vem da Ingaterra para a América os Estados Unidos para tentar a vida como donos de uma empresa de pesca. Ele fica orfão e cresce solitário cuidando sozinho da mansão da família. Nesse tempo ele se apaixona por uma jovem, Josette, porém ela se suicida e pela dor da amada perdida brega pra caralho ele também pula do penhasco, os dois morrem e acaba a história. MENTIRA! Mas ele não morre porque a empregada da casa, que por acaso era uma bruxa, e ele também já tinha dado uns pegas, joga um feitiço e o transforma em um vampiro, que sendo imortal, sofreria para sempre por ter perdido seu amor. De resto é resto, aí vocês assistam o filme.
Nesse filme é possível perceber as características que sempre foram tão marcantes nos filmes do Tim, e que por um tempo haviam sido perdidas. O exemplo clássico é a palidez dos personagens e o destaque aos olhos grandes e fundos! Mas o mais interessante é reparar que em alguns momentos você pode fazer ligações diretas com outros personagens de outros de seus filmes.
Nesse caso, é ainda mais engraçado porque Helena Bonham Carter interpreta tanto a Rainha de Copas em Alice, e também a Dra. Jullia Hoffman em Sombras da Noite. Percebam na cor do cabelo, na cor da maquigem, as sobrancelhas altas e a cara de sou superior e foda-se todo o resto.
Existem outros casos, mas é interessante que vocês percebam isso. Qualquer coisa depois falem comigo que eu conto.
Quanto a maquiagem, tenho que admitir que fazia tempo que não via uma tão boa. Tudo é muito caricato, e por vezes exagerado, mas de uma excelente qualidade. O que fizeram com o Johnny Depp foi absurdamente bom, afinal ele tem o rosto com traços muito femininos e finos, e no filme ele está com o queixo mais largo e com as maçãs do rosto bem fundas, o que além de dar uma expressão de doença e falta de vida, deixou o rosto dele mais masculino. Os olhos foram super destacados, e a boca, apesar de ser pequena, pela cor avermelhada do sangue, também foi destacado.
A trilha sonora tem seus altos e baixos. Ela fica boa quando são tocadas músicas dos anos 80, em algumas cenas muito específicas. Mas de resto, nada muito especial, um suspense daqui outro dali, mas nada de inovador e nem que faça os ouvidos se espantarem.
A fotografia, para mim, é o ponto alto do filme. Consegui ver o que eu sempre gostei nos filmes do Tim. As cores sempre muito mórbidas com respingos de cores muito vivas. E essas cores estão disseminadas tanto no figurino, como no cabelo dos personagens, na paisagem. Como por exemplo nessa cena.
Agora vamos falar de coisa séria: elenco. Eu não aguento mais ver a Helena e o Johnny nos filmes do Tim Burton, sério já deu. Apesar de terem novos nomes na produção, e ótimas atuações como a da Michelle Pfeiffer, da Chloë Grace Moretz (que fez A Invenção de Hugo Cabret) que teve uma das personagens mais engraçadas e excêntricas do longa, mas que tem um final nada a ver, mas enfim. Falando especificamente do Johnny Depp, afinal ele é o queridinho de todos, ele ainda não conseguiu largar seu carma, Jack Sparrow. Quando quando eu achei que ele tinha superado, ele em uma cena em que o personagem vê pela primeira vez o asfalto, ele anda exatamente igual o pirata, fiquei muito chateado quanto a isso, mas já percebi grandes melhoras.
No geral, é um filme bem tranquilo, com um humor irônico que tira boas risadas de quem assiste o filme. O enredo ainda é previsível e às vezes um pouco desconexo, simplesmente sem explicações. Mas fiquei feliz porque vejo que o Tim voltou com seu estilo, depois de produções que por vezes, prefiro nem acreditar que foram dele, como por exemplo Alice no País das MaravilhaszZzZzZ.