sexta-feira, 9 de março de 2012

O Artista (The Artist) - 2011


     Depois de várias tentativas, eu assisti O Artista, ganhador de 5 estatuetas do Oscar não que isso signifique alguma coisa, incluindo o de melhor filme, o que achei muito justo e vou tentar explicar o porque.
       George é um renomado artista de filmes mudos que tem que lidar com o surgimento dos filmes falados. Enquanto isso uma de suas fãs, Peppy Miller,  entra no mundo do cinema como dançarina e logo consegue crescer como atriz de grandes filmes. Os dois meio que se apaixonam, mas George é casado, apesar de levar um péssimo casamento. Ele é "despedido" da produtora onde trabalhava por se negar a atuar em filmes falados e dessa maneira tenta fazer uma produção independente, e muda, que vira um fiasco e o individa. Ele chega a beira da loucura e morre. Pegadinha do malandro Vou deixar de ser spoiler...


       Em plena Era 3D, megaproduções com super efeitos especiais, eu me deparo com um filme em preto e branco e mudo. E o que eu achei disso? Excelente, o que prova que para fazer grandes clássicos é preciso de um bom roteiro e bons artistas. Porque o que acontece hoje em dia é que o enredo de um filme é tão ruim que é mascarado pelos efeitos visuais. Nesse filme não existiu essa possibilidade.
       Quanto ao roteiro e enredo, são  de uma simplicidade extrema, mas com cenas muito bem feitas, com umas sacadas e trocadilhos geniais e com ótimas cenas de comédia, com um humor ingênuo e leve.
       Quanto a trilha sonora, existem vários detalhes. Quando um filme é mudo e tem uma trilha sonora toda feita para ele, é de extrema importância que a música "fale" pelos atores, e isso é um dos grandes pontos do filme, a trilha é totalmente adaptada para as cenas. Porém, assim como minha amiga Verônica já havia me dito, a trilha sonora não é nada original, partindo do princípio que é um estilo que acontece desde os anos 20, e nesse ponto acho que não mereceu o Oscar por melhor trilha original. Uma coisa bacana de notar é quando são mostradas as cenas dentro de um cinema, que em alguns casos, lá na frente, pertinho da tela, está localizada uma orquestra que toca a trilha do filme. Podia ser assim até hoje! 
      A sensação de assistir um filme como esse no cinema é simplesmente inexplicável, me senti nos anos 20. Atentando para um detalhe que fez com que a obra realmente se assemelhasse com uma antiga, que é  o formato da tela não ser widescreen (16:9) e sim uma tela "tradicional", quadrada (1:1). Por ser preto e branco, os contrastes de luz e sombra são mais dramáticos e foram muito bem usados no filme.
      Falando sobre os atores, a primeira coisa que me vem a cabeça é o tanto que o filme é bem atuado. Imagino o quanto deve ter sido difícil se expressar sem poder falar, aliás, falar mas não ser ouvido. E isso me deixa um pouco na dúvida de o quanto os super atores conhecidos são bons, queria vê-los em filmes mudos. Jean Dujardin, George, mereceu o prêmio de melhor ator, ele foi fantástico e por vezes, realmente não sentia falta alguma que ele falasse. E sim, deveria ter um prêmio especial pro cachorrinho que atuou melhor que muitos atores que eu conheço. A atuação de Bérénice Bejo com Peppy também é muito boa, com todas as caras e bocas que ela faz durante o filme.

Bérénice Bejo como Peppy
Jean Dujardin como George e o cachorro
        Assim como falei na minha review sobre o filme Hugo, eu adoro filmes que tem como temática o próprio cinema, e esse em especial é muito parecido com um dos meus musicais preferidos, Cantando na Chuva. Eles tratam justamente da mudança do filme mudo para o falado. E por conta desse tema, por vezes o filme tem uma vibe meio Inception, você assistindo um filme, e na tela é mostrado um cinema onde um filme mudo é exibido e por aí vai. Juro que não uso drogas 
       Agora o que mais me chamou a atenção é a universalidade da produção, pois Jean é francês, Bérénice é argentina, mas pelo filme ser mudo, eles quebram a barreira da lógica linguística, ou seja qualquer bom ator de qualquer nacionalidade poderia estrelá-lo.
    São muitas coisas pra falar sobre o filme, impossível em um post curto. Devo ter esquecido de mil coisas. Mas enfim, só dou um conselho, assistam e please se possível o faça no cinema, porque tenho certeza que a sensação é totalmente diferente a não ser que você tenha uma televisão de tubo e tela quadrada em casa.. É isso aí!

P.S.: Quem conseguir descobrir em que cenas do filme eu tive referências com Peter Pan e Tintin ganha um prêmio!


3 comentários:

  1. To morrendo aqui com o comentário sobre a TV de tubo OIHFOISHGOIGHPIFODGHFDIOGHFIOGFHDIO
    É lindo o filme, né? A simplicidade é o que me chamou mais atenção.
    Eu IA comentar sobre o formato da tela, mas toda hora esquecia!!
    Enfim, não tenho muito o que acrescentar. A review tá excelente e eu concordo com tudinho que tá aí (:

    P.S.: eu sei as cenas das referências JHFOIPOGSGSHPGOIDFHDIOFGHOIF

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  2. Ai que saco... quero muito assistir!! Agora entao, vc me deixou com mais vontade. Vou arranjar cia.

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  3. Infelizmente ainda não fui ao cinema, mas fiquei com mais vontade...Parabéns pelo post querido..beijos

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