sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Invenção de Hugo Cabret (Hugo) - 2011


     Acabei de voltar do cinema satisfeito com a escolha do filme. A Invenção de Hugo Cabret é a obra com maior número de indicações ao Oscar desse ano, seguido de O Artista que eu devo ver amanhã.
     Hugo Cabret é um menino, que depois de ficar órfão, vai morar com o tio que é quem dá corda nos relógios em uma estação de trem de Paris. O menino guarda um autômato robô que o pai, que era relojoeiro, encontrou abondanado no depósito de um museu que trabalhava. Hugo, após a morte do pai, tenta de maneira incansável consertar o autômato achando que ali poderia estar uma mensagem que seu pai havia deixado para ele. 

Hugo, seu pai e o autômato
     A fotografia é uma das mais bonitas que eu vi em filmes desses tempos. Usa e abusa do azul e do laranja/amarelo, por vezes juntos ou em cenas praticamente monocromáticas. Isso fez que Paris ficasse ainda mais linda, e destacasse as luzes do filme. O azul foi bem usado quando em cenas externas, na cidade, nas ruas. O laranja/amarelo, em cenas em locais fechados, na estação e principalmente quando Hugo estava entre as engrenagens dos relógios, o que foi bem bem feito e por vezes parece que o filme foi gravado com filtro sépia.

Azul e amarelo/laranja explorados até nos cartazes
       A trilha sonora apesar de ser um pouco repetitiva, com estilo francês e aquela sanfoninha tocando em todos os momentos, tem uma sacada que eu achei bem legal. Nas cenas de maior ação, perigo ou coisas nesse estilo, a música tocada é bem mais rápida e impactante, porém lá no fundo se você aguçar o ouvido, você ainda consegue ouvir o acordeon tocando. Esse detalhe fez com que fosse criada uma harmonia e unidade em toda a trilha, e isso me agradou bastante.
     Excelentes atuações de muitos personagens. Asa Butterfield que interpreta Hugo, está muito bem, reafirmando seu potencial que foi demonstrado em O Menino do Pijama Listrado. Chloë Moretz que faz Isabelle, conseguiu expressar o tom aventureiro e o jeito de falar com palavras difíceis de maneira polida e elegante. Fora eles, atuações bem boas, mas ficar falando de um por um fica tenso em um post só.


        Agora o mais legal do roteiro, enredo e tudo o mais. É um filme que fala sobre o cinema. Conta um pouco da história de George Méliès (suspeito que parte da biografia citada no filme seja fictícia) que foi um dos grandes, senão o primeiro cineasta a ousar nos efeitos especiais. Mostrando em algumas cenas como eram pensados e produzidos esses efeitos, e o mais legal de tudo, os filmes coloridos que eram pintados quadro a quadro e a mão. Esse aspecto de falar sobre cinema em filmes é meio que uma metalinguagem, esse que também acontece em um filme que eu adoro que é Cantando na Chuva e também já fiquei sabendo que tem n'O Artista. Isso ficou legal no cinema, mas se você pensar que o filme é a adaptação de um livro, de mesmo nome, talvez todo esse encanto não existe quando você lê o livro.
     Scorsese em sua primeira produção infantil e também em 3D nos presenteou com uma belíssima pródução que já ganhou um Globo de Ouro, de melhor diretor, e é um dos preferidos a ganhar várias estatuetas esse ano no Oscar, sendo ele indicado em 11 categorias.

Obs.: Tem dois momentos que me senti meio autista fazendo referências com A Origem e Crônicas de Nárnia. Quem ver, acho que vai sacar!

Um comentário:

  1. Sabe o que é mais legal nesse filme? Na maioria dos filmes metalinguísticos eles falam sobre a "era de ouro de Hollywood", mas aqui o foco é nos pioneiros da coisa toda!
    Muito bem notada a questão das cores (adorei os dois pôsteres)e a fotografia é realmente linda, mas eu ainda prefiro a de Cavalo de Guerra, e eu nem sei pq. Acho que to numa vive meio naturalista...
    Infelizmente, to com a sensação acho que Hugo Cabret vai ser o trollado do Oscar. É indicado pra um tanto e sai com três OPFOIGHOIGSFDHIOFDH
    Espero que não!
    Excelente resenha, notou bem os pontos importantes (E AS REFERÊNCIAS!)

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